O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa do Governo Federal que já ajudou milhares de estudantes a fazer um curso superior no país. Com ele, pessoas de baixa renda podem financiar uma graduação a juros baixos e ainda ter um prazo longo para pagar da dívida, que começa a ser cobrada bem depois da formatura.
Só que conseguir o benefício não é tão simples quanto parece. Além da concorrência voraz por uma vaga de financiamento, quem obtém o FIES precisa encarar uma certa burocracia na hora de formalizar o contrato.
É nesse momento que surge a figura do fiador, a pessoa que dará garantias ao banco de que a dívida será quitada dentro dos conformes.
Para evitar dores de cabeça, a gente foi atrás de tudo o que você precisa saber sobre o fiador do FIES ? inclusive os casos em que não é necessário apresentar essa garantia. O resultado você vê a seguir!
Quem pode participar do FIES?
Na teoria, o FIES soa bastante simples e fácil: um processo seletivo em que os candidatos com maior nota no Enem recebem um financiamento estudantil a juros baixos.
Só que que na prática a coisa muda de figura. O FIES tem uma série de exigências que podem deixar muita gente de fora logo de cara.
Veja quais são:
- Ter feito qualquer edição do Enem a partir de 2010.
- Apresentar um desempenho de pelo menos 450 pontos na média das provas objetivas e nota acima de zero na redação.
- Ter renda familiar bruta mensal de no máximo 3 salários mínimos por pessoa.
O FIES está disponível apenas para cursos presenciais de faculdades particulares com boa avaliação junto ao Ministério da Educação (MEC).
Para estar apto a receber o financiamento, o estudante precisa:
- Ser aprovado no processo seletivo.
- Não ter disciplinas trancadas no momento da inscrição.
- Nunca ter recebido o FIES antes.
- Não constar na lista de inadimplentes do Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC).
- Não ser bolsista integral do ProUni.
Quando acontece o FIES?
Normalmente o FIES abre duas vezes ao ano, no início de cada semestre letivo. As datas podem variar de ano a ano, mas geralmente acontecem depois da realização de outros dois processos seletivos importantes: o Sisu, que oferece vagas em universidades públicas, e o ProUni, que distribui bolsas de estudos em faculdades particulares.
As inscrições ficam apenas alguns dias no ar. Durante o período, o candidato precisa achar a vaga necessária e ficar de olho na nota mínima para obter o financiamento, que pode mudar todos os dias durante o processo. Ao final, leva o benefício o candidato que tiver a nota mais alta. A concorrência se dá entre os inscritos em um mesmo curso, turno, faculdade e campus.
Em que momento entra o fiador do FIES?
Até chegar o momento do fiador, o beneficiário do FIES vai precisar passar por algumas etapas.
Veja os passos:
- Depois de passar no processo seletivo, o candidato pré?selecionado precisa acessar um sistema chamado SisFIES. Lá, ele vai informar todos os dados necessários para fazer a contratação do financiamento.
- Depois dessa etapa, terá que ir até a faculdade onde foi selecionado e procurar a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) do FIES, na própria instituição, para comprovar as informações cadastrada no SisFIES.
- Só depois disso é que o candidato precisará comparecer a uma agência bancária credenciada para formalizar a contratação do financiamento. O fiador deve ir junto para comprovar a documentação e assinar a papelada!
Veja todos os detalhes no tópico a seguir.
O que você precisa saber sobre o fiador do FIES
Para liberar o financiamento estudantil, os bancos exigem uma espécie de garantia de que irão receber o dinheiro de volta mais adiante ? e essa garantia vem na figura do fiador.
O FIES trabalha com dois tipos de fiança, a convencional e a solidária. Entenda a diferença:
- Fiador convencional ? É a fiança assegurada por até duas pessoas que comprovem renda igual ou superior ao dobro do valor da mensalidade do curso financiado.
- Fiador solidário ? É um grupo formado por 3 a 5 estudantes que se unem para atuar como fiadores uns dos outros. Aqui não é preciso comprovar renda. Caso um dos participantes deixe de pagar as mensalidades, os outros vão ter que assumir a responsabilidade. Para a formação desses grupos é necessário que os participantes estejam matriculados na mesma faculdade e no mesmo local onde o curso é oferecido. Não pode participar quem pertence à mesma família (irmãos, por exemplo) ou quem já participa de algum outro grupo de fiança solidária.
O banco não aceita como fiador:
- Cônjuge ou companheiro(a) do estudante
- Estudantes que têm financiamento aberto no Programa de Crédito Educativo (PEC/Creduc)
- Estrangeiros (exceto cidadãos portugueses que atendam a determinados critérios legais)
- Estudante que já tenha ou teve financiamento do FIES
Para efetivar o financiamento, o fiador precisa apresentar no banco os seguintes documentos:
- Documento de identificação oficial, com foto, recente
- CPF
- Certidão de casamento, se for o caso
- CPF e documento de identificação do cônjuge, se for o caso
- Comprovante de residência.
- Comprovante de rendimentos (exceto no caso de fiança solidária)
Quando não é necessário ter fiador no FIES
Existem três situações específicas que o FIES dispensa a figura do fiador.
São elas:
- Alunos que têm bolsa parcial no ProUni (Programa Universidade para Todos) e usam o FIES para pagar a outra metade do curso.
- Alunos que estão regularmente matriculados em cursos de licenciatura (que formam professores para o ensino fundamental e médio).
- Quem comprovar renda familiar bruta mensal de no máximo um salário mínimo e meio por pessoa.
Saiba como abater a dívida do FIES com trabalho!
O FIES oferece uma alternativa interessante para o estudante abater a dívida do financiamento com trabalho.
O benefício é exclusivo a alunos de cursos de licenciatura e Medicina.
Veja como funciona:
- Vale para aluno de licenciatura que queira atuar como professor da rede pública de educação básica, com carga horária de pelo menos 20 horas semanais e esteja em dia com as mensalidades do FIES. Ele poderá abater parcelas com base no tempo em que está trabalhando.
- O MEC o calcula desconto com base nos meses trabalhados a partir da concessão do FIES.
- Dependendo do resultado da contagem, o professor poderá, em alguns casos, ficar livre de pagar as prestações do financiamento.
Já o aluno de Medicina, que muitas vezes tem mensalidades bem salgadas para pagar, precisa seguir uma sistemática diferente:
- É preciso ser integrante oficialmente cadastrado na equipe do programa Saúde da Família.
- Precisa atuar em um dos mais de 2 mil municípios considerados prioritários pelo Ministério da Saúde.
- A solicitação do abatimento deve ocorrer depois um ano trabalhando como médico no programa.
- O benefício é válido para a seguintes especialidades médicas: anestesiologia, cancerologia, cirurgia geral, clínica médica, geriatria, ginecologia e obstetrícia, medicina de família e comunidade, medicina intensiva, medicina preventiva e social, neurocirurgia, neurologia, ortopedia e traumatologia, patologia, pediatria, psiquiatria e radioterapia.
- As áreas de atuação prioritárias são: cirurgia do trauma, medicina de urgência, neonatologia e psiquiatria da infância e da adolescência.
Faculdades que aceitam o FIES
Para oferecer vagas no FIES, a faculdade precisa ser autorizada e bem avaliada pelo MEC. A oferta de financiamentos muda todo semestre, mas estas são algumas instituições reconhecidas pelo MEC que costumam participar do programa:
- Centro Educacional Anhanguera (ANHANGUERA)
- Universidade Estácio de Sá (UNESA)
- Centro Universitário UNISEB (UNISEB-Estácio)
- Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
- Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
- Universidade de Franca (UNIFRAN)
- Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)
- Faculdade Unime (UNIME) ? na Bahia
- Faculdade Pitágoras (PITÁGORAS) ? em Minas Gerais
- Centro Universitário UNIBTA
Veja também:
Saiba que nota você precisa tirar no ENEM para conseguir FIES
Ficaram mais claras as regras de fiador para obter o FIES? Se ainda tem dúvidas, fale com a gente pelos comentários!